A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem; a indignação ensina-nos a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las.
Vejo por aí muitos indignados com a indignação, tristeza e revolta de outros pelo que se passa em Alepo. Pela minha parte quero deixar claro que sinto revolta e angústia sempre que vejo um ser humano em sofrimento. Ainda para mais se o sofrimento for provocado por ações violentas de outrem. E se as vítimas forem crianças, a minha angústia cresce exponencialmente. É verdade, quando assisto a um vídeo de um pai a despedir-se do filho, ou de uma adolescente a despedir-se do mundo, sou incapaz de calar a revolta e a indignação. Sim, confesso que me entristece assistir a tragédias reais. E não tenho problema em manifestar essa minha opinião. Porque também acho que quanto mais pessoas tiverem conhecimento, quanto mais pessoas se indignarem, menos atrocidades permanecerão ignoradas e impunes. Se a indignação subir à garganta das multidões, com certeza será mais difícil a inação. Mas, ainda que assim não fosse, creio que é a capacidade que ainda tenho para me indignar que me afasta do