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A mostrar mensagens de setembro, 2025

Autárquicas: da virtude e do vício 19/09/2025 08:00

Da Virtude A competência e a devolução de resultados, especialmente em política, incomodam. Por isso é que tanta gente da oposição parece estar com urticária com a candidatura de Jorge Carvalho à Câmara Municipal do Funchal. Ao longo de 10 anos como Secretário Regional, Jorge Carvalho granjeou o respeito e o reconhecimento das famílias, da classe docente, dos sindicatos, dos diretores de escolas, dos auxiliares e dos seus colegas de Governo, de cá e do outro lado do Atlântico. Implementou medidas estruturantes, com resultados reconhecidos pela generalidade dos agentes educativos. Antes de mais, a transição para os manuais digitais, nos ensinos básico e secundário, que modernizou o ensino através do uso da tecnologia, flexibilidade curricular e diferenciação pedagógica, incluindo formação para professores e infraestruturas digitais nas escolas. Uma reforma que fará história no sistema educativo português (como tanta vez temos feito). Os resultados para o sucesso educativo não são imedia...

A nossa casa também se constrói lá fora 25-07-25

Durante demasiado tempo, os emigrantes madeirenses foram olhados com desconfiança por parte do poder político. Partiam por falta de escolha, fugindo à miséria e à falta de futuro. Levaram nas malas a coragem e nos olhos a saudade, mas, cá dentro, os regimes faziam por esquecer que existiam. Salazar via-os como braços que desertavam e, pior ainda, como esponjas dessas ideias perigosíssimas como liberdade e democracia. O Estado Novo, que tanto falava de pátria, nunca soube incluir os que tiveram de abandonar aquela que os pariu, para viver com a exígua dignidade de poder comer um bocado de pão. Foi só quando as remessas começaram a fazer diferença — e fizeram mesmo muita diferença! — que os emigrantes passaram a ser tolerados. Não reconhecidos. Tolerados. Serviam para equilibrar a balança de pagamentos. Mas continuavam a ser vigiados, controlados, mantidos à distância. Valiam mais pelo que enviavam do que pelo que representavam. Foi a democracia que mudou isso. E, sobretudo, a auto...

Ordem Mundial em Transição: De Vestefália a Kiev 22/08/2025 08:00 JM

Recentemente li a Ordem Mundial de Henry Kissinger. Nesse estudo, o ex-secretário de Estado dos EUA explora a história das relações internacionais, tomando o sistema de Vestefália (1648) como o ponto de partida para a ordem internacional moderna, baseado na soberania dos Estados e no equilíbrio de poder. O autor recorda-nos que “a ordem internacional assenta num conceito de legitimidade aceite por todas as grandes potências do sistema”. Quando essa legitimidade é posta em causa, a instabilidade alastra-se e hoje é precisamente esse o cenário em que vivemos. Os tratados nascidos em Vestefália que estabeleceram a soberania estatal, a não-intervenção e o reconhecimento mútuo parecem, em 2025, esgotados A soberania, outrora intocável, tornou-se permeável. O que hoje se observa, da Ucrânia à Palestina, de Taiwan ao Irão, não são apenas violações das regras vestefalianas, mas sim tentativas de as reescrever. A invasão da Ucrânia pela Rússia constitui uma afronta directa ao princípio vestefal...