XENOFOBIA EM ÓRGÃOS DE REPRESENTAÇÃO Opinião | 07/12/2019 07:00
A idiossincrasia do migrante internacional é a de ser um estrangeiro numa terra estranha, onde inevitavelmente perde direitos, nomeadamente políticos, de participação e de cidadania. Grosso modo, um migrante é um excluído, não apenas da identidade coletiva mas da própria sociedade. Assisti a esta definição por parte de Rui Pena Pires, num seminário promovido pelo Instituto de Defesa Nacional (IDN) a que recentemente assisti, e não posso estar mais de acordo com ela. De facto, um migrante internacional inicialmente é sempre um excluído. É um cidadão menor, ao qual nem o Estado nem a sociedade reconhecem a plenitude dos direitos inalienáveis ou as liberdades e garantias fundamentais. Por outro lado, é também um excluído porque não partilha da mesma língua (na maior parte dos casos), da cultura, dos valores, das crenças, das tradições, enfim, da identidade coletiva da sociedade de acolhimento. O desafio para quem recebe é, então, transformar esse acolhimento em correta integra