E vão seis!
Passaram-se seis anos, minha filha, desde
a primeira vez que
te vi.
Essa primeira memória visual está-me impregnada
na alma e
continua a queimar-me
a pele: a cara redonda, a
lembrar a lua cheia (Sarangerel,
lembras-te?),
os olhos como duas azeitonas pretas,
a precoce incapacidade de
estar quieta
por apenas um momento e a
voz?... Aquela voz de quem ruidosamente
se
faz anunciar no mundo!
Passaram-se seis anos, querida, e continuas
a fazer-te anunciar
com estrondo. Ou
sou eu que sinto um estrondo,
sempre que olho para ti. Sangue
de mim, corres-me nas veias! Passaram-se
seis anos e se tanto mudou,
meu doce, há tanto
que permanece
igual. O amor que te tenho,
a felicidade que me trazes, a
cumplicidade que nos une. Porque vieste
até mim e entraste na minha
vida sei
que sou hoje mais
homem e mais humano, mais solidário
e mais atento, mais
carinhoso e
vigilante, mais altruísta e mais meigo.
Mudaste toda a minha vida.
Para
melhor. Há seis anos que mudas
para melhor. Obrigado. Parabéns, minha filha.
Tem um excelente dia de aniversário!
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