Projetos políticos ou clubes de fãs?
Nasceu um novo projeto político que pretende ser poder na Região e que tem como única matriz identitária, ideológica, doutrinária ou programática, ser “Pelas Pessoas”.
Aqui, neste grande cliché panfletário e propagandístico, ótimo chavão para publicidade, mas vazio de conteúdo, reside todo o programa da solução.
Vamos ter uma educação para as pessoas, uma saúde para as pessoas, uma economia para as pessoas, uma autonomia para as pessoas, uma agricultura para as pessoas, um turismo para as pessoas, enfim… Como se todas as decisões políticas, de todos os outros partidos, pudessem ter outro destinatário que não as pessoas. É um chavão, sim, mas um chavão arrogantemente pateta e pretensioso.
Com que recursos, acionando que meios, como, fazendo que opções, com vista a que objetivo, em quanto tempo, por quanto tempo, que projeto de sociedade preconiza, recorrendo a que orientação ideológica, nada disso importa.
Mas, como se não bastasse este soundbite mediático, certamente parido por apaixonadas e brilhantes mentes publicitárias – porque de político nada tem! -, este é também um projeto de tomada de poder que agora se propõe “olhar pelas pessoas”.
Ora, se a banalidade era oca mas inofensiva, esta nova atitude é reveladora de um paternalismo insuportável que apenas encontra eco nas soluções totalitárias. Uma atitude que infantiliza os cidadãos madeirenses e menoriza a sociedade, como se estes necessitassem de uma figura tutelar que as proteja, as vele e olhe por elas. Um sebastianismo bacoco e provinciano, que pretende substituir-se à autonomia e à liberdade individual, como se os madeirenses não tivessem sido capazes de durante 6 séculos olharem por si próprios, com a sua estoicidade característica.
Esta não me parece ser a função de um partido político, nem foi para isso que os partidos foram criados. Os partidos existem para apresentarem as propostas políticas dentro da linha ideológica que perfilam. Não são entidades tutelares. Não são os nossos paizinhos e mãezinhas que olham por nós. E muito menos são entidades divinas que nos amparam. Qualquer político que se considere neste altar está na fronteira perigosa dos totalitarismos. Porque apenas os ditadores se achavam investidos da sagrada missão de “olhar pelo povo”.
Paralelamente ou até consequentemente, o PS-M entrou numa deriva messiânica, que está mais para a idolatria do que para a política. A estratégia resume-se a isto: temos um ídolo e temos um chavão. E acreditam os defensores desta solução que é quanto baste para obter o poder em 2019, confiando que os eleitores se comportarão como clubes de fãs de uma qualquer pop star e não como cidadãos esclarecidos na plena faculdade da sua consciência cívica. E se a outra postura infantiliza, esta vai ao extremo de imbecilizar o povo madeirense.
E não deixa de ser curioso que o PS-M tenha chegado aqui destruindo-se como partido político. Um partido liderado por independentes é um partido que já não o é. Porque um partido é, por definição, um colectivo de pessoas que partilham de um horizonte ideológico e que, militantemente, definem uma estratégia de chegada ao poder para pôr em prática um programa político de governação que decorre desses princípios filosóficos. Ora, não é isto que se passa, neste momento. No PS-M há apenas uma estratégia de assalto ao poder, assente numa espécie de moda – efémera, como qualquer moda! - contado, para isso, mais com propaganda do que com ideias e propostas políticas. Como responderão os madeirenses?, é a pergunta que se impõe. Pela minha parte, não me sobra qualquer dúvida de que mandará à fava quem o quer imbecilizar!
Aqui, neste grande cliché panfletário e propagandístico, ótimo chavão para publicidade, mas vazio de conteúdo, reside todo o programa da solução.
Vamos ter uma educação para as pessoas, uma saúde para as pessoas, uma economia para as pessoas, uma autonomia para as pessoas, uma agricultura para as pessoas, um turismo para as pessoas, enfim… Como se todas as decisões políticas, de todos os outros partidos, pudessem ter outro destinatário que não as pessoas. É um chavão, sim, mas um chavão arrogantemente pateta e pretensioso.
Com que recursos, acionando que meios, como, fazendo que opções, com vista a que objetivo, em quanto tempo, por quanto tempo, que projeto de sociedade preconiza, recorrendo a que orientação ideológica, nada disso importa.
Mas, como se não bastasse este soundbite mediático, certamente parido por apaixonadas e brilhantes mentes publicitárias – porque de político nada tem! -, este é também um projeto de tomada de poder que agora se propõe “olhar pelas pessoas”.
Ora, se a banalidade era oca mas inofensiva, esta nova atitude é reveladora de um paternalismo insuportável que apenas encontra eco nas soluções totalitárias. Uma atitude que infantiliza os cidadãos madeirenses e menoriza a sociedade, como se estes necessitassem de uma figura tutelar que as proteja, as vele e olhe por elas. Um sebastianismo bacoco e provinciano, que pretende substituir-se à autonomia e à liberdade individual, como se os madeirenses não tivessem sido capazes de durante 6 séculos olharem por si próprios, com a sua estoicidade característica.
Esta não me parece ser a função de um partido político, nem foi para isso que os partidos foram criados. Os partidos existem para apresentarem as propostas políticas dentro da linha ideológica que perfilam. Não são entidades tutelares. Não são os nossos paizinhos e mãezinhas que olham por nós. E muito menos são entidades divinas que nos amparam. Qualquer político que se considere neste altar está na fronteira perigosa dos totalitarismos. Porque apenas os ditadores se achavam investidos da sagrada missão de “olhar pelo povo”.
Paralelamente ou até consequentemente, o PS-M entrou numa deriva messiânica, que está mais para a idolatria do que para a política. A estratégia resume-se a isto: temos um ídolo e temos um chavão. E acreditam os defensores desta solução que é quanto baste para obter o poder em 2019, confiando que os eleitores se comportarão como clubes de fãs de uma qualquer pop star e não como cidadãos esclarecidos na plena faculdade da sua consciência cívica. E se a outra postura infantiliza, esta vai ao extremo de imbecilizar o povo madeirense.
E não deixa de ser curioso que o PS-M tenha chegado aqui destruindo-se como partido político. Um partido liderado por independentes é um partido que já não o é. Porque um partido é, por definição, um colectivo de pessoas que partilham de um horizonte ideológico e que, militantemente, definem uma estratégia de chegada ao poder para pôr em prática um programa político de governação que decorre desses princípios filosóficos. Ora, não é isto que se passa, neste momento. No PS-M há apenas uma estratégia de assalto ao poder, assente numa espécie de moda – efémera, como qualquer moda! - contado, para isso, mais com propaganda do que com ideias e propostas políticas. Como responderão os madeirenses?, é a pergunta que se impõe. Pela minha parte, não me sobra qualquer dúvida de que mandará à fava quem o quer imbecilizar!
https://www.jm-madeira.pt/opinioes/ver/1026/Projetos_politicos_ou_clubes_de_fasf
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