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"O MEU NOME É LEGIÃO" Opinião | 19/11/2021 08:01

  As ideologias são espectros, com limites mal definidos, que variam e evoluem de acordo com os tempos e as geografias, bem como com os contextos sociais, culturais, económicos e políticos. Em qualquer ideologia há sempre um ou outro aspeto que qualquer um de nós concorda e subscreve. E isto acontece porque todas as ideologias têm premissas universais que ninguém recusará e todas padecem de vícios que nunca serão aceites por todos. Ora, eu perfilho ideias de várias doutrinas ideológicas, tergiversando entre elas, que vão desde o centro-esquerda à direita moderada. Ao nível ideológico, não me fixo dogmaticamente em apenas um horizonte. Neste aspeto, o meu nome é mesmo “legião”. E esta é a razão pela qual me sinto tão bem num partido tão plural ideologicamente, como o PSD. Aqui convivem ideologias e correntes de pensamento tão diversas como a social-democracia, o personalismo, a democracia-cristã, o liberalismo, o conservadorismo. E, ao contrário do que dizem alguns dos nossos opositores

FUNCHAL, CIDADE QUERIDA Opinião | 22/10/2021 08:01

  Há uns anos, ouvi Manuel Ferreira Patrício descrever a “cidade querida” como sendo a cidade que se ama, mas também a cidade que se quer. Desde então, quando penso a cidade, o espaço urbano e o espaço público, penso sempre nestes termos: a cidade querida! Fruto do resultado das eleições, o Funchal abriu-se ao futuro no passado dia 20, com a tomada de posse do novo executivo municipal, liderado por Pedro Calado. Com a alternância democrática, entra um projeto político que promete acabar com o assistencialismo instalado, que criava uma teia de pequeníssimos interesses, assente na miséria alheia. Fica para trás a exploração da pobreza para efeitos propagandísticos. Acabou-se a manipulação dos interesses dos funchalenses em favor do permanente terrorismo político ao Governo Regional. Deixa de haver a vitimização que tentava ocultar a incapacidade, a incompetência, a inépcia. Terminou o tempo de fazer da capital madeirense o braço armado de António Costa na Madeira, contra os interesses do

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É a tua primeira capicua, meu amor. Terás muitas pela frente e em todas espero que sejas tão feliz, amada, desejada e protegida como o és agora. Disse que era a tua primeira. É a primeira, mas não é apenas uma: 12-10-21. O mês impede a capicua perfeita, mas o dia e o ano batem certo. Prenúncio de um ano abençoado, minha querida filha? Espero que sim! A minha maior esperança, o meu maior desejo é que todos os anos sejam para ti abençoados. Fazes, hoje, 11 anos. Deverias ser criança. Eu e tu merecíamos que ainda fosses uma criança. Mas já não és. Entraste na adolescência precocemente e é nessa fase que estás. Como em todas as outras, gostaria de estar preparado para te ajudar a caminhar neste percurso. Espero estar preparado. Rogo a Deus que o amor que te tenho me sirva de inspiração para te ser útil. Porque é essa a minha missão neste mundo: estar para ti; ajudar-te; proteger-te; amar-te! Muitos parabéns, minha querida filha. Amo-te infinitamente. Amo-te com o amor que São Paulo des

VÍCIOS PRIVADOS E VIRTUDES PÚBLICAS Opinião | 24/09/2021 08:01

  VÍCIOS E VIRTUDES Opinião | 24/09/2021 08:01 Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada (…) Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... No fim de mais uma campanha eleitoral, peço emprestado a Álvaro de Campos o título do poema que introduz este artigo: “o que há em mim é sobretudo cansaço”. Não, não pensem que com isto vou aqui zurzir nos políticos, nas atividades de campanha ou nos partidos. De facto, sinto é profundo cansaço daqueles que nunca saíram do conforto proporcionado pelo sofá ou pela facilidade da crítica escondida atrás dos ecrãs e que passam a vida a injuriar quem ousa dar a cara, quem se atreve a bater-se por um projeto ou por uma ideologia, quem, com lealdade, se mantém ao lado dos seus companheiros, em busca de uma sociedade melhor, com mais riqueza, com maior desenvolvimento, com melh

PARTIDOS E MIGRAÇÕES Opinião | 27/08/2021 08:01

  É um facto insofismável que o PSD-M tem sido, desde a sua fundação, o partido mais próximo e que mais se identifica com as comunidades migrantes. Não falo daqueles discursos desqualificantes de esquerda que resumem os migrantes a minorias que têm de ser tuteladas.   Não, falo daquela proximidade que olha para os migrantes como iguais, fundamentais para o nosso desenvolvimento, enriquecimento e diversificação cultural, que vê nos migrantes um valor acrescentado e não um problema, sejam as nossas comunidades na diáspora, sejam as comunidades que procuram a nossa Região para viver. Isto é tão assim que os emigrantes, quando chamados a participar politicamente, sempre se reviram muito mais na social-democracia do que em qualquer outra ideologia política. Mas esta é uma proximidade genuína, de afeto e reconhecimento. E os emigrantes sabem-no, mesmo que tenham uma ou outra crítica a fazer. Mas, se por um lado o PSD-M sempre valorizou as comunidades na Diáspora, a verdade é que também

VIDA AUTÁRQUICA Opinião | 30/07/2021 08:01

  1 - In Memoriam: na semana passada perdemos um dos melhores filhos desta terra e um dos contribuintes líquidos para o progresso que a Madeira viveu desde o 25 de abril. Falo, é claro, do professor Virgílio Pereira. Porque outros já o fizeram bem melhor do que eu seria capaz, não vou evocar as suas qualidades humanas e políticas. Gostaria apenas de deixar aqui o meu reconhecimento e agradecimento a alguém que ajudou a construir esta nossa realidade e que fê-lo mantendo-se fiel aos seus princípios e à sua ideologia. Nunca se vergando ou tergiversando. Obrigado, professor Virgílio. Nós, que crescemos a admirá-lo, que somos, de certa forma, seus herdeiros políticos, não o esqueceremos e faremos perdurar o seu legado! 2 - Em setembro vamos de novo a votos, desta feita para as autarquias. Em qualquer eleição deveríamos avaliar os projetos apresentados, os candidatos e a sua capacidade/competência e os valores/princípios inerentes a cada proposta. Quer isto dizer que deveríamos tentar p

EQUÍVOCOS Opinião | 04/06/2021 08:00

  I – Produtividade vs valorização salarial Há uns tempos atrás, falava eu com um colega inglês sobre o paradoxo que é ver os níveis de eficiência, produtividade e inovação que algumas empresas nacionais revelam nos seus investimentos no estrangeiro, quando, na Região, mantêm modelos de gestão e investimento de há 50 anos. O que faz um empresário português ser inovador no estrangeiro e retrógrado em Portugal? O meu colega avançou com uma possível explicação: os baixos salários praticados no nosso país! De facto, há pouco estímulo para investir em modernas tecnologias quando a mão-de-obra é tão barata. De que vale ou para quê – sequer! – fazer investimentos em investigação e desenvolvimento (I&D); para quê adquirir tecnologias que agilizem o processo de produção quando se pode ter um exército de funcionários mal-pagos? Estou com isto a criticar os empresários? É verdade que não ficam muito bem na fotografia. Até porque a baixa produtividade endémica nacional decorre daqui. Todavia,

25 DE ABRIL E O PAÍS ADIADO! Opinião | 07/05/2021 08:01

Por razões que não me cabe aqui dissecar, convencionou-se que a revolução dos cravos não teria a mesma importância para os madeirenses que tem para a demais população portuguesa. Não é verdade! Para a Madeira e para os madeirenses, o 25 de abril representou e representa um dos maiores saltos qualitativos que vivemos ao longo de 600 anos: foi a democracia instaurada pelos capitães que nos permitiu a tão ambicionada autonomia, trazendo esperança ao povo, que ao longo da sua história foi tão explorado e oprimido pelo colonialismo e pelo centralismo da metrópole. Como bem disse Emanuel Rodrigues, deputado à Constituinte e primeiro presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, a autonomia foi a maior e a mais bonita conquista da revolução. Por isso, é para nós uma data com um simbolismo extraordinário. E se é para os que cá estão, é-o, igualmente, para a nossa imensa diáspora - um dos ativos mais importantes da nossa nação, mas que nem sempre nós, enquanto sociedade, sabemos valorizar e

“ENTRE FALAR E FAZER HÁ MUITO QUE DIZER” Opinião | 12/03/2021 08:01

  Recentemente, um amigo foi alvo da maledicência de um perfil falso, numa rede social. Há já algum tempo, o JM publicou um artigo sobre a existência de uma multiplicidade de perfis falsos que povoam as redes sociais, a blogosfera e as caixas de comentários dos órgãos de comunicação social. O caso do meu amigo (e de tantas outras vítimas) e a reportagem do JM revelam a realidade incontornável que foi a transposição para o meio virtual daquilo que é uma prática comum e secularmente enraizada na nossa sociedade: a maledicência.  As TIC apenas vieram amplificar esta prática, porquanto permitem a intriga, a ofensa, a agressão, a calúnia e a difamação no absoluto e cobarde anonimato. Há quem atribua esta nova prática (maledicência anónima digital) a um certo condicionalismo a que a sociedade madeirense estará sujeita devido a séculos de canga (conforme imortalizada por Horário Bento de Gouveia) e à repressão de que foi alvo e que oprimiu o povo madeirense. Reconhecendo essa opressão, não vo

PERCEÇÃO E REALIDADE Opinião | 09/04/2021 08:03

  O professor Carlos Jalali, director do departamento de Ciência Política da Universidade de Aveiro, em 2019, deu uma entrevista ao Público onde afirmou que “o que vemos no debate público hoje em dia é que os referenciais comuns, que nos permitiram juntar as diferentes perceções e tentar olhar para a complexidade do problema, estão a desaparecer. Está a desaparecer a complexidade e a perceção é cada vez mais dicotómica, simplista”. De facto, parece que a perceção cada vez mais se sobrepõe à realidade, entendida como multiplicidade de perceções individualizadas, devidamente agregadas e consensualizadas. Pelo contrário, a simplificação, a opinião desinformada, não sujeita a contraditório, ganha cada vez mais terreno. Uma das principais causas é o acesso direto a factos, sem a mediação dos órgãos de comunicação social tradicionais. O “cidadão-jornalista” faz emergir o “cidadão-ignorante”, mas desta feita um “cidadão-ignorante-atrevido”, que julga saber e que se coloca ao mesmo nível que o

DA VERDADE E DO EXPERIMENTALISMO Opinião | 12/02/2021 08:00

Da verdade Um grupo de cidadãos está a recolher assinaturas para uma petição ao Governo da República com vista a que o Programa Regressar – que tem por objetivo o regresso de emigrantes a Portugal –, possa abranger as Regiões Autónomas. Reagindo a esta iniciativa cidadã, o PS-Madeira, através do seu Grupo Parlamentar, afirmou que os apoios aos processos de reconhecimento das habilitações académicas assim como das qualificações profissionais obtidas fora de Portugal, aplicam-se também aos cidadãos que residam na Madeira. Não é verdade! Os apoios pecuniários para este fim estão associados aos contratos de trabalho assinados para o território continental. O que exclui liminarmente qualquer emigrante que regresse a esta terra. Para além de que têm como destinatários apenas emigrantes que tenham saído de Portugal depois de 2015, o que significa que, mesmo a nível continental, muito poucas pessoas beneficiarão deste apoio. Logo, esta medida não tem qualquer impacto positivo sobre as pessoas

A DIREITA E A ESQUERDA DAS PRESIDENCIAIS! Opinião | 15/01/2021 08:05

  1 - Se defende como perfil do Presidente da República ponderação, proporcionalidade no pensamento e na ação e respeito pelas instituições democráticas, então apenas tem um candidato: Marcelo Rebelo de Sousa! Digo-o porque é isso que conhecemos dele e é isso com que se compromete. Sim, é certo que o mandato não foi imaculado: a Madeira e os madeirenses têm muitas razões de queixa do Presidente Marcelo. Não esteve ao nosso lado em muitas das justas reivindicações da Região: no aval do Governo da República ao empréstimo contraído para combater as consequências da pandemia; na falta de reconhecimento pelo trabalho realizado na Região no combate à Covid-19; no facto de não ter celebrado o 10 de Junho na Madeira, num ano em que assinalámos os 600 anos de povoamento. Todavia, o seu mandato revelou um presidente atento e próximo à população, preocupado em garantir a estabilidade, tentando salvaguardar o equilíbrio e a proporcionalidade, nos terrenos pantanosos da política partidária. A direi