Eleições: o que está em causa - 09-03-2024
Nas eleições do próximo domingo, há apenas uma pergunta que os madeirenses devem fazer a si próprios: quais são as pessoas que melhor defenderão os nossos interesses na Assembleia da República? Esta é a questão verdadeiramente importante, cuja resposta deverá ser dada nas urnas.
É também relevante saber se validaremos o desastre que foi a governação do PS ou se iremos contribuir para colocar no poder um Pedro Nuno Santos (PNS) impreparado, sem visão estratégica e sem projeto para o país e menos ainda para as autonomias.
A sua eventual vitória será o perpetuar da desgraça. Enquanto esteve no Governo, foi, talvez, dos piores ministros que a nação já teve, com fracassos atrás de fracassos, com muitos anúncios e zero concretizações. Lembram-se das promessas sobre habitação, aeroporto, ou a via férrea? Como confiar, para Primeiro-Ministro, num político que nunca cumpriu? Que nunca efetivou? Que nunca alcançou o sucesso numa qualquer área de governação que teve sobre a sua alçada?
PNS fala muito e fala bem. Até é capaz de ter boas ideias. Mas tem dois problemas: uma grande instabilidade emocional e uma distinta incapacidade de concretização. O que o tornam num péssimo líder. Não tem culpa, mas não podemos continuar a ser o país adiado que temos sido nos últimos 8 anos. O meu leitor faça um pequeno exercício e pergunte-se a si próprio: que obra, que concretização, que projeto foi realizado pelos governos socialistas? A resposta a esta questão é razão suficiente para saber em quem não deve votar no próximo domingo.
Por outro lado, Paulo Cafôfo é o cabeça-de-lista do PS-M para as legislativas nacionais, mas já assumiu que não irá ocupar a cadeira, caso seja eleito. Que compromissos pode ele, então, apresentar ao povo madeirense? Que “contrato” pode ele estabelecer com os seus putativos eleitores? Que causas regionais irá defender, se não estará na Assembleia da República para o fazer? De que serve, então, desperdiçar o voto em alguém que já disse que não vai estar?
Um dos problemas da política é a falha de vínculo entre eleito e eleitor. A ausência de responsabilidade de um perante o outro, a inexistência da representatividade direta. Ora, Cafôfo, nestas eleições, falha em toda a linha: apresenta-se ao juízo dos eleitores madeirenses, mas, simultaneamente, confirma que esse voto não vai valer para nada, pois não os irá representar. Isto é uma fraude política, um logro!
Também tanto falaram no diabo, que ele chegou. Mas desta vez, reciclado. Travestido ideologicamente. O candidato, que o partido de Ventura apresenta na Madeira, é alguém que já foi do PSD, que quis ser do CDS e que vai bater ao Chega. Um portento de coerência, portanto! E ao nível da ideologia, também não desilude: já foi jardinista convicto, social-democrata empedernido, conservador consciente, anti-populista militante e agora é... chegano! Também tem na ponta da língua o discurso anti-tacho, mas ao longo de muitos anos viveu à conta deles. É uma voz fiável, um lutador anti-sistema, um paladino da transparência, como se vê! É caso para dizer, confie no Chega e não corra...
Mas o pior nem é isso. O pior é que o voto no Chega não conta para nada: não reforça a voz de protesto, nem oferece uma solução alternativa à esquerda. É um voto deitado no lixo. Com uma gravidade adicional, uma vez que o Chega é um partido que não se importaria de extinguir as autonomias, por não as compreender ou reconhecer a sua necessidade. Para o Chega, a autonomia é um extravagante exotismo dos ilhéus. Nota-se, pela ausência de propostas, mas também pelo pedantismo com que se dirigem às populações das ilhas. São mesmo uma ameaça real à nossa liberdade e autodeterminação.
Resta, portanto, a coligação liderada pelo PSD-M que, em boa hora, foi nomeada Madeira Primeiro. É sintomático e evidencia o que está em causa. Liderando esta equipa está um dos autarcas-modelo do país, com um trabalho absolutamente notável à frente dos destinos de Câmara de Lobos. Pedro Coelho soube modernizar sem obliterar o passado, a autenticidade e a unicidade do seu território, da sua paisagem, das suas gentes e da sua cultura. Inovou, mas manteve a tradição. Paralelamente, soube sempre ser reivindicativo, mas leal, em defesa daqueles que o elegeram. Tem, portanto, um passado e um currículo que falam por si. Com ele e restante equipa ficamos com a certeza de que teremos uma voz firme, competente e assertiva na Assembleia da República. Que os nossos representantes terão como missão a real defesa da Madeira, dos madeirenses e da nossa autonomia. Não há, portanto, dúvidas em quem votar. Basta olhar para o que está em causa. E o que está em causa é a Madeira Primeiro. Pense nisso, quando for votar!
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