Governo antidemocrático
Será este governo democrático? Um governo democrático é um governo dialógico que reconhece a importância da sua legitimidade de governar, como também reconhece que outros são igualmente representantes do povo e que por isso devem ser ouvidos e as políticas com eles devem ser debatidas, não de uma forma dogmática, mas com abertura para que da diversidade emerja uma política equilibrada que sirva a todos.
Essa é a raiz da democracia. E o PSD, o CDS e o PS são tradicionalmente classificados como partidos do centro, partidos não radicais, logo mais dignos de confiança eleitoral, porque defendiam esta perspetiva, ante a clássica radicalidade ideológica do PCP.
Ora, hoje, não é isso que se passa. O PSD e o CDS já não são partidos de centro. São partidos radicais de uma direita liberal. Não são dialógicos, porque não negoceiam: não negoceiam com os nossos credores, não negoceiam com restantes partidos, não negoceiam com atores da concertação social, não negoceiam com poder local, não negoceiam com agentes culturais e educativos não negoceiam com as populações. Não dialogam nem respeitam órgãos de soberania, como a Assembleia da República, o Tribunal de Contas ou as Regiões Autónomas. Nem sequer observam os acórdãos legais do Tribunal Constitucional.
É, portanto, um governo antidemocrático e profundamente dogmático na sua ideologia e nas sua opções. Se Portugal tivesse um Presidente da República, demitia este governo. Porque a República Portuguesa não pode admitir um governo que manifestamente não é democrata.
PS - Temo, minha filha, pelo que aí vem. Mas podes ter a certeza de que o que vier, terá a minha oposição.
PS - Temo, minha filha, pelo que aí vem. Mas podes ter a certeza de que o que vier, terá a minha oposição.
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