A aceleração do tempo
Que o universo está em expansão, já o sabemos desde as observações de Hubble sobre o afastamento progressivo de todos objetos cósmicos. Este físico mostrou que o universo não era estático e que a sua expansão decorria a uma velocidade constante.
Esta foi uma grande descoberta na medida em que se julgava que devido à gravidade (força mais poderosa do universo, capaz de dobrar a própria energia) o universo poderia estar a contrair. Isto porque progressivamente a gravidade gerada pela matéria que foi sendo produzida no cosmos anularia a energia da expansão.
Contudo, observações recentes de supernovas (investigadores foram premiados com o Nobel) demonstram que a velocidade de expansão está a acelerar, de modo aparentemente paradoxal, uma vez que, por um lado, desde o Big Bang tem havido dispersão de energia e por outro, a atração gravitacional estaria a travar essa expansão.
Ora, se as hipóteses mais plausíveis para o fim do universo, seriam ou o Big Freeze (congelamento - devido a essa dispersão da energia) ou o Big Crunch (em que a gravidade obrigaria a contração do universo até ao ponto e origem para de novo originar um Big Bang), com o atual paradigma parece que a morte mais expectável para o universo será a Big Rip, isto é, a aceleração progressiva que levará à própria desintegração de toda a matéria. O que até converge com as diversas teorias de multiverso.
Esta aceleração deve-se, aparentemente, a uma forma de energia que não se dispersa: a energia negra, uma forma negativa de energia que se opõe à gravidade.
Para além desta temática ser interessante per se, há contudo, uma dimensão que me interessa particularmente: a nossa experimentação individual desta aceleração do espaço-tempo.
Sabemos que a vida humana decorre a uma velocidade cada vez mais vertiginosa. Acreditamos que tal se deve ao progresso tecnológico e à nossa perceção do tempo. Isto é, à medida que vamos acumulando unidades de tempo, (segundos, minutos, horas, dias, meses, anos), “parece” que essas unidades são cada vez mais pequenas, envolvendo uma distorção temporal (como nos ensinou Claudia Hammond, no seu Time Warped).
Ora, o que a teoria de aceleração sugere é que talvez essa perceção de aceleração não seja apenas resultante de mecanismos biológicos, químicos e neurológicos, mas a perceção do nosso corpo sobre a velocidade real do tempo físico. E se parece já fantástico, imaginemos então que partilhamos efetivamente com todos os objetos cósmicos (matéria e energia) a faúlha original, proposta pela teoria das cordas em que toda a matéria e energia brotam de filamentos de energia que vibram a diferentes tons. Isto poderia implicar que a nossa perceção da aceleração do tempo deriva de uma memória bem anterior à existência do nosso corpo.
Publicado igualmente aqui: http://cachimbodojoao.blogspot.pt/2014/01/aceleracao-do-tempo-ou-as-cordas-do.html
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