O PSD E AS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS Opinião | 30/08/2020 08:00
As eleições autárquicas ainda vêm longe e alguns dos principais dirigentes do CDS-PP defenderam, recentemente, coligações com o PSD-M para todos os concelhos da Região. Aliás, no caso de alguns dirigentes, o tom foi de ultimato o que não contribui para a tranquilidade que a análise e negociação exigem.
Percebe-se a razão e percebe-se a urgência. O CDS-PP, eleitoralmente, é praticamente inexistente em muitos concelhos da Região e vê, assim, uma oportunidade única para chegar ao poder em autarquias onde nem nos seus melhores sonhos teria poder executivo. O objetivo é tentar eleger militantes onde nunca tiveram qualquer representação e reforçar o seu peso nas autarquias onde tem alguma relevância eleitoral.
O argumento é de que os madeirenses não compreenderiam que a coligação que suporta um Governo Regional estável não se replicasse a nível local. Ora, isto não é justificação, é desculpa. Os madeirenses entendem muito bem que a coligação para o Governo Regional foi indispensável para impedir que o poder caísse nas mãos dos serventuários de António Costa na Madeira. Foi uma coligação tática, para garantir a estratégia que vem sendo seguida há 40 anos, de aprofundamento da autonomia, de desenvolvimento e de progresso. Foi uma coligação para 4 anos e não um casamento para a vida!
Os partidos devem continuar a preservar a sua dimensão e a sua identidade. Creio que os militantes de ambos os partidos optaram por um ou por outro por se identificarem com as suas matrizes ideológicas e não querem agora estar coligados indefinidamente em projetos que não servem qualquer interesse comum. Que sentido faria o PSD coligar-se com o CDS em Câmara de Lobos ou na Calheta, por exemplo? Aliás, como impor coligações e equipas a autarcas como Pedro Coelho ou Carlos Teles que, ao longo dos anos, deram bem provas do seu valor e que para vencer ou bem governar mostraram não necessitar de coligações para nada? Bem sei que Rui Barreto acena com Santana, tentando equiparar este concelho aos outros dois, mas fá-lo apenas para esconder a real possibilidade do CDS poder vir a perder essa câmara.
No interesse de ambos os partidos e na proteção do interesse público, a análise de coligações, para as próximas eleições autárquicas, deve ser casuística, em articulação com as estruturas locais do partido e ouvindo as populações.
Isso é, estou certo, o que fará o PSD-M, porque é essa a sua prática e é essa a sua herança: ouvir as bases porquanto portadoras das aspirações das pessoas.
O PSD-M é um partido de poder, vocacionado para governar, com inúmeros quadros preparados para assumir funções de interesse público. É um partido que ao longo dos anos provou ter massa crítica e capacidade regenerativa, bem como competência para liderar projetos eleitorais vencedores, não necessitando de coligações para o efeito. Tem merecido a confiança dos madeirenses porque é um partido com forte implantação popular, próximo às populações, mas simultaneamente um partido robusto, constituído por militantes capazes.
Não faz sentido que o maior partido da Região tenha de ficar refém de uma coligação que, em última análise, até pode ter a validade de apenas 4 anos.
A única coligação inevitável será para o Funchal, essa sim, que serve o mesmo interesse que levou à coligação governamental: derrotar o projeto de tomada de poder de António Costa e repor a capital no caminho do desenvolvimento e da prosperidade!
Os últimos resultados eleitorais mostram que, coligados, PSD e CDS derrotam a candidatura do PS/BE.
De resto, admito que possam ser estabelecidos acordos pontuais, num ou noutro concelho, se assim o entenderem o presidente do partido e a sua comissão política, em articulação com as estruturas locais e se for em benefício das populações, mas não me parece fazer sentido um acordo total, como exige o líder do CDS-PP. Seria interessante para si e para o seu partido, mas em nada beneficiaria a população madeirense!
https://www.jm-madeira.pt/opinioes/ver/4139/O_PSD_e_as_eleicoes_autarquicas
As eleições autárquicas ainda vêm longe e alguns dos principais dirigentes do CDS-PP defenderam, recentemente, coligações com o PSD-M para todos os concelhos da Região. Aliás, no caso de alguns dirigentes, o tom foi de ultimato o que não contribui para a tranquilidade que a análise e negociação exigem.
Percebe-se a razão e percebe-se a urgência. O CDS-PP, eleitoralmente, é praticamente inexistente em muitos concelhos da Região e vê, assim, uma oportunidade única para chegar ao poder em autarquias onde nem nos seus melhores sonhos teria poder executivo. O objetivo é tentar eleger militantes onde nunca tiveram qualquer representação e reforçar o seu peso nas autarquias onde tem alguma relevância eleitoral.
O argumento é de que os madeirenses não compreenderiam que a coligação que suporta um Governo Regional estável não se replicasse a nível local. Ora, isto não é justificação, é desculpa. Os madeirenses entendem muito bem que a coligação para o Governo Regional foi indispensável para impedir que o poder caísse nas mãos dos serventuários de António Costa na Madeira. Foi uma coligação tática, para garantir a estratégia que vem sendo seguida há 40 anos, de aprofundamento da autonomia, de desenvolvimento e de progresso. Foi uma coligação para 4 anos e não um casamento para a vida!
Os partidos devem continuar a preservar a sua dimensão e a sua identidade. Creio que os militantes de ambos os partidos optaram por um ou por outro por se identificarem com as suas matrizes ideológicas e não querem agora estar coligados indefinidamente em projetos que não servem qualquer interesse comum. Que sentido faria o PSD coligar-se com o CDS em Câmara de Lobos ou na Calheta, por exemplo? Aliás, como impor coligações e equipas a autarcas como Pedro Coelho ou Carlos Teles que, ao longo dos anos, deram bem provas do seu valor e que para vencer ou bem governar mostraram não necessitar de coligações para nada? Bem sei que Rui Barreto acena com Santana, tentando equiparar este concelho aos outros dois, mas fá-lo apenas para esconder a real possibilidade do CDS poder vir a perder essa câmara.
No interesse de ambos os partidos e na proteção do interesse público, a análise de coligações, para as próximas eleições autárquicas, deve ser casuística, em articulação com as estruturas locais do partido e ouvindo as populações.
Isso é, estou certo, o que fará o PSD-M, porque é essa a sua prática e é essa a sua herança: ouvir as bases porquanto portadoras das aspirações das pessoas.
O PSD-M é um partido de poder, vocacionado para governar, com inúmeros quadros preparados para assumir funções de interesse público. É um partido que ao longo dos anos provou ter massa crítica e capacidade regenerativa, bem como competência para liderar projetos eleitorais vencedores, não necessitando de coligações para o efeito. Tem merecido a confiança dos madeirenses porque é um partido com forte implantação popular, próximo às populações, mas simultaneamente um partido robusto, constituído por militantes capazes.
Não faz sentido que o maior partido da Região tenha de ficar refém de uma coligação que, em última análise, até pode ter a validade de apenas 4 anos.
A única coligação inevitável será para o Funchal, essa sim, que serve o mesmo interesse que levou à coligação governamental: derrotar o projeto de tomada de poder de António Costa e repor a capital no caminho do desenvolvimento e da prosperidade!
Os últimos resultados eleitorais mostram que, coligados, PSD e CDS derrotam a candidatura do PS/BE.
De resto, admito que possam ser estabelecidos acordos pontuais, num ou noutro concelho, se assim o entenderem o presidente do partido e a sua comissão política, em articulação com as estruturas locais e se for em benefício das populações, mas não me parece fazer sentido um acordo total, como exige o líder do CDS-PP. Seria interessante para si e para o seu partido, mas em nada beneficiaria a população madeirense!
https://www.jm-madeira.pt/opinioes/ver/4139/O_PSD_e_as_eleicoes_autarquicas
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