A falência das sondagens
Li, aqui há uns tempos, umas declarações de um sociólogo que atribuía o falhanço das sondagens nas eleições legislativas britânicas ao receio das pessoas parecerem politicamente incorretas. A tese era que as pessoas estão demasiado condicionadas pelo pensamento mainstream e temem que as suas opiniões as possam de catalogar como intolerantes, antiquadas, radicais, desajustadas, injustas, ingénuas, pouco inteligentes e/ou informadas. De acordo com a teoria, os cidadãos promovem a autocensura, sentindo que há coisas que não se podem dizer. Posto isto, quando inquiridas pelas empresas de sondagens, as pessoas, com receio de serem estigmatizadas, dizem aquilo que esperam que o outro lado quer ouvir e não aquilo que verdadeiramente pensam. Nesse artigo, chamava-se a atenção para a aparente “espiral do silêncio” (teoria de Elisabeth Noelle-Neumann), em que as pessoas se deixam modificar pela perceção que têm sobre aquilo que maioria pensa. Com receio de algum isolamento social e temendo