Reposta a um xenófobo
Como parece que a coragem não é o seu forte e prefere refugiar-se na cobardia do anonimato repondo-lhe, por uma ÚNICA vez. Até porque, parece-me, você não quer discutir, nem argumentar. É um xenófobo e ponto. Ainda assim, fazendo um esforço sobre-humano para fazer sair o pedagogo que há em mim, aqui vai.
Porque querem apenas ir para a Suécia e para a Alemanha?
Antes de mais não é líquido que queiram ir apenas para a “Suécia e para a Alemanha”. Pretendem, isso sim, ir para países que lhes garantam segurança e bem-estar. Não é este um desejo legítimo de qualquer ser humano? Se eu quisesse viver para outro país, para obter melhores condições de vida, iria para onde? Sudão? Paquistão?
É óbvio que procuram países que:
1º Identifiquem como países tolerantes para com a diferença (a Escandinávia tem tradição a este nível e a Alemanha tem dado mostras de muita tolerância) e com comunidades multiculturais;
2º Que reconheçam ser locais onde podem prosperar;
3º Não querem ficar em campos de refugiados. Afinal, quem é que quer ficar em espaços reduzidos, a viver em tendas, alimentados por outrem, com condições de higiene e saúde precárias? Um campo de refugiados é como um limbo onde não se vive, sobrevive-se. Por outro lado, que as condições nos campos de refugiados sobrelotados dos países vizinhos estão a ficar insuportáveis. Muitos dos refugiados que passaram os últimos anos em campos no Líbano, Turquia ou Jordânia já se aperceberam que não vão regressar a casa tão cedo. E um campo de refugiados é um espaço onde as pessoas ficam apenas algumas semanas. Não é uma solução definitiva.
Não querem ficar na Sérvia
1º A Sérvia não é um país da União Europeia. E não tem condições para receber estas vagas de refugiados. E sendo a Itália ou a Grécia, estes são países já sobrelotados de migrantes, sendo que ambos atravessam crises económicas graves, como aliás é do conhecimento de todos.
Mais, a Sérvia é um dos países que assumiu não ter condições para registar todos os refugiados que atravessem o país e por isso deixam-nos seguir para Norte.
Não são todos sírios
Não, não são. 34% dos refugiados que chegam pelo mar à Europa são da Síria, 12% do Afeganistão e 12% da Eritreia. Muitos dos que procuram asilo na Europa são de classe média, com educação universitária e falam inglês. E sabe porquê? Porque são as pessoas que ainda têm algumas condições para sair. Os mais pobres, que é a grande maioria, têm de ficar lá e suportar os efeitos terríveis da guerra e do terror.
Vêm também refugiados da Palestina, do Iraque e mesmo outros que fogem da instabilidade da Líbia e do Egipto.
E estamos a falar daqueles que vêm pelas Balcãs. Os que atravessam o Mediterrâneo pelo sul são de outras origens mas com problemas tão graves como estes ( de países da África subsariana, como do Chade, do Mali, da Nigéria...). Todos fogem à guerra, à instabilidade e ao terror bem como da fome, dos genocídios, das perseguições por parte de organizações tão terríveis como o Daesh, como é o caso do Boko Haram.
Caro, no seu caso, não me parece ser a ignorância ou sequer o medo que lhe tolda o discernimento. Por isso, nem vou mais argumentar consigo (se quiser identificar-se, esteja à vontade).
Mas deixo-lhe uma sugestão: se não quiser viver do ódio, procure colocar-se no lugar de outros. Pense na sua família, nos seus filhos, nos seus pais, nos seus amigos. E pense se os gostaria de ver nesses locais, assediados por Daesh ou Boko Haram. Sem terem o que comer, em permanente terror, com medo de ser torturado, violado, escravizado. Se ainda assim continuar a odiar os refugiados atire-se do pináculo. Porque de humanidade nada lhe resta!
Porque querem apenas ir para a Suécia e para a Alemanha?
Antes de mais não é líquido que queiram ir apenas para a “Suécia e para a Alemanha”. Pretendem, isso sim, ir para países que lhes garantam segurança e bem-estar. Não é este um desejo legítimo de qualquer ser humano? Se eu quisesse viver para outro país, para obter melhores condições de vida, iria para onde? Sudão? Paquistão?
É óbvio que procuram países que:
1º Identifiquem como países tolerantes para com a diferença (a Escandinávia tem tradição a este nível e a Alemanha tem dado mostras de muita tolerância) e com comunidades multiculturais;
2º Que reconheçam ser locais onde podem prosperar;
3º Não querem ficar em campos de refugiados. Afinal, quem é que quer ficar em espaços reduzidos, a viver em tendas, alimentados por outrem, com condições de higiene e saúde precárias? Um campo de refugiados é como um limbo onde não se vive, sobrevive-se. Por outro lado, que as condições nos campos de refugiados sobrelotados dos países vizinhos estão a ficar insuportáveis. Muitos dos refugiados que passaram os últimos anos em campos no Líbano, Turquia ou Jordânia já se aperceberam que não vão regressar a casa tão cedo. E um campo de refugiados é um espaço onde as pessoas ficam apenas algumas semanas. Não é uma solução definitiva.
Não querem ficar na Sérvia
1º A Sérvia não é um país da União Europeia. E não tem condições para receber estas vagas de refugiados. E sendo a Itália ou a Grécia, estes são países já sobrelotados de migrantes, sendo que ambos atravessam crises económicas graves, como aliás é do conhecimento de todos.
Mais, a Sérvia é um dos países que assumiu não ter condições para registar todos os refugiados que atravessem o país e por isso deixam-nos seguir para Norte.
Não são todos sírios
Não, não são. 34% dos refugiados que chegam pelo mar à Europa são da Síria, 12% do Afeganistão e 12% da Eritreia. Muitos dos que procuram asilo na Europa são de classe média, com educação universitária e falam inglês. E sabe porquê? Porque são as pessoas que ainda têm algumas condições para sair. Os mais pobres, que é a grande maioria, têm de ficar lá e suportar os efeitos terríveis da guerra e do terror.
Vêm também refugiados da Palestina, do Iraque e mesmo outros que fogem da instabilidade da Líbia e do Egipto.
E estamos a falar daqueles que vêm pelas Balcãs. Os que atravessam o Mediterrâneo pelo sul são de outras origens mas com problemas tão graves como estes ( de países da África subsariana, como do Chade, do Mali, da Nigéria...). Todos fogem à guerra, à instabilidade e ao terror bem como da fome, dos genocídios, das perseguições por parte de organizações tão terríveis como o Daesh, como é o caso do Boko Haram.
Caro, no seu caso, não me parece ser a ignorância ou sequer o medo que lhe tolda o discernimento. Por isso, nem vou mais argumentar consigo (se quiser identificar-se, esteja à vontade).
Mas deixo-lhe uma sugestão: se não quiser viver do ódio, procure colocar-se no lugar de outros. Pense na sua família, nos seus filhos, nos seus pais, nos seus amigos. E pense se os gostaria de ver nesses locais, assediados por Daesh ou Boko Haram. Sem terem o que comer, em permanente terror, com medo de ser torturado, violado, escravizado. Se ainda assim continuar a odiar os refugiados atire-se do pináculo. Porque de humanidade nada lhe resta!
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