Integração de migrantes: mesmo em campanha é preciso ser sério.

Qualquer processo migratório é doloroso e complexo. Se for por uma questão de sobrevivência é, então, um processo que deixa feridas profundas, que necessita de acompanhamento, solidariedade e carinho por parte de quem acolhe. Mas exige também honestidade e seriedade e que esses migrantes e as suas idiossincrasias não sejam utilizadas de forma leviana para retórica e aproveitamento político-partidário.
Ora, é exactamente isso que a candidatura socialista fez hoje, através de um comunicado que deveria envergonhar quem o escreveu, por estar pejado de aldrabices e enganos, que não são apenas fruto da ignorância, mas de uma estratégia concertada e deliberada de enganar os migrantes que encontram na Madeira o seu porto de abrigo.
O candidato, de quem não se conhece uma única medida de integração para os luso-descendentes, no tempo em que esteve à frente da Câmara Municipal do Funchal, vem agora fazer um conjunto de promessas demagógicas, populistas e inexequíveis, porquanto o Governo Regional não tem qualquer competência para intervir nas áreas que refere. Aliás, promete o que não pode prometer e aquilo que é viável já existe. Como diria o Marcelo Caetano, as ideias boas não são originais e as originais não são boas.
Como é que promete trabalho, quando é o sector privado que o gera? Como é que promete celeridade nos processos de nacionalidade quando essa é prerrogativa do Estado? Como pretende interferir no processo de equivalências se as universidades regem-se por um regime de autonomia científica? Como quer facilitar o acesso às profissões qualificadas, se a regulação é feita por ordens profissionais?
E revela ignorância, porque desconhece todo o trabalho colaborativo que tem sido desenvolvido pelos Governos Regional e da República, em absoluta concertação e que tem permitido encontrar diversas soluções inovadoras para fazer frente aos constrangimentos que vão surgindo. Aliás, a ignorância ou o dolo é tão grande que chega ao ponto de não se referir ao facto ao autoridades nacionais reconhecerem o sucesso que tem sido a integração dos migrantes provenientes da Venezuela, na Região.
De facto, continua muito por fazer. Mas o que o PS revela é estar absolutamente impreparado para lidar com este fenómeno. E trata estes luso-descendentes como se fossem ignorantes, o que revela desconhecimento sobre a comunidade.
Ora, pela minha parte não tenho dúvidas que no dia 22 de setembro as comunidades migrantes a residir na Madeira, e muito concretamente a lusovenezuelana, saberão dar-lhe a reposta adequada!

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