14

Hoje fazes 14 anos. E eu faço 14 anos de pai. És uma menina. Mas também já vais sendo uma mulher. Menina-mulher. Este foi o ano em que te (a)percebi assim. Que vislumbrei a adulta que virás a ser. És criança, mas chegaste àquela fase em que já posso falar contigo sobre todas as coisas da vida. E como suspeitava, ainda antes de nasceres, tens me ensinado tanto. E percebo que o lastro, que temos deixado ao longo destes anos, servem-te de guia para o regresso a casa. Porque mostras saber bem onde é o teu lar. O teu lugar seguro. Aquilo que importa!

És uma companheira excepcional. A melhor companhia que posso ter.
Sinto saudades de quando eras bebé, da tua meninice. Mas esta fase, em que me acompanhas nos nossos sunsets na Doca do Cavacas, não é menos feliz. Todos os dias, ao teu lado, são felizes.
Hoje, deixo-te uma variação de um texto que escrevi em 2012.
Amo um objeto. Amo uma pessoa. Amo duas pessoas. Amo dez pessoas. Amo um livro. Amo uma música. Amo um autor. Minto, amo dois, três, cinco autores. Amo o Philip, o Albert, o Fiodor, o Gonçalo, o António. Amo os russos e os americanos. Amo os portugueses. Amo os existencialistas e os niilistas. Amo os românticos e os cínicos. Amo Deus!
Amo a família. Amo os amigos. Amo os irmãos. Os de sangue e os que a vida me prendou. Amo a mãe e o pai!
No coração do homem cabe um universo de amor. Cabe o infinito.
Mas o coração de um pai é feito de outro material. Nele não cabe o infinito, porque ele próprio é eterno. O coração de um pai é matéria divina. É o Céu onde Deus existe. Amar é cuidar, sendo cuidadoso. O amor de um pai é o próprio Cuidado!
Amo tantas pessoas e tantas coisas. Mas não há - nunca haverá! - Amor maior do que aquele que te tenho.
Parabéns, meu amor!
Que esta volta ao sol, que agora se inicia, seja tão feliz como todas as outras anteriores 14! Sempre juntos. Sempre unidos. Voa. Vive. Cresce. Ama, ri, chora. E lembra-te que terás, para sempre, aqui o colo. Que é teu. Para sempre teu!
12/10/2024



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