O GPS de Deus

Canterbury, 27 de julho de 2012

Um espectro de luz paira no ar, sobre o bosque de Park Wood. Ilumina a noite que chora orvalho e marca a sua posição junto à janela do meu quarto, qual farol que me guia. É uma centelha do fogo divino, estou certo, que fugiu da sagrada chama para me vir orientar, não vá perder-me nos trilhos arcebispais de Kent. Porque também é possível perdermo-nos nos contos de Canterbury.
Sorri-me, essa aparição e julgo ouvir: amo!
Amo, ou o mapa que me guia de regresso a casa. O GPS de Deus. Nesta cidade em que por Deus se perde a cabeça.
Sou um peregrino, mas não é para aqui que me dirijo. Aqui é apenas o local de partida, seguindo essa aurora que irrompe as nuvens, nesta noite quente e molhada. A minha peregrinação tem como destino locais mais familiares.
Muito. E, então, desfaz-se qualquer dúvida para onde tenho de ir. Para onde sou impelido a ir. Porque é a tua voz que oiço a percorrer o céu chuvoso. A minha pequena chama.
Obrigado, meu amor, por não te esqueceres de mim. Vou já. Dorme bem!

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