A memória do mar antigo
Dizem que o mar não tem memória. Mas não é verdade. Eu conheço um oceano cujas águas tépidas guardam as mais verdadeiras memórias de mim. É a morada de paisagens, de sentimentos, de histórias que não se perderão jamais. O depósito de olhares trocados, de horizontes partilhados, de mãos entrelaçadas. A reserva da esperança.
Nele vivem muitos eus que se foram escondendo no tempo, mantendo-se e vivendo nesse tempo que é o deles mesmos. Mesmo.
Gostava de te ensinar estes segredos do mar antigo. Mostrar-te a velha sabedoria contida no pulsar ritmado (e rimado) das ondas. Fazer-te perceber a antiguidade de que é constituído o azul-escuro do Atlântico.
Mas há descobertas que têm de ser feitas individualmente. Este é um destes casos. Posso apontar-te o caminho, mas só tu o poderás percorrer. Porque o mar exige exclusividade. Não permite ser partilhado. Cada memória tem de ser depositada solenemente, num gesto solitário. Terás de ser tu a enchê-lo com as tuas próprias memórias. Terão de ser as tuas mãos a agarrar os fios de água, para que possas prender a esperança na eternidade do mar.
De mim, receberás o sorriso perante essa tua vitória íntima e autónoma. E uma vaidade interior e secreta por teres seguido as minhas pegadas.
Nele vivem muitos eus que se foram escondendo no tempo, mantendo-se e vivendo nesse tempo que é o deles mesmos. Mesmo.
Gostava de te ensinar estes segredos do mar antigo. Mostrar-te a velha sabedoria contida no pulsar ritmado (e rimado) das ondas. Fazer-te perceber a antiguidade de que é constituído o azul-escuro do Atlântico.
Mas há descobertas que têm de ser feitas individualmente. Este é um destes casos. Posso apontar-te o caminho, mas só tu o poderás percorrer. Porque o mar exige exclusividade. Não permite ser partilhado. Cada memória tem de ser depositada solenemente, num gesto solitário. Terás de ser tu a enchê-lo com as tuas próprias memórias. Terão de ser as tuas mãos a agarrar os fios de água, para que possas prender a esperança na eternidade do mar.
De mim, receberás o sorriso perante essa tua vitória íntima e autónoma. E uma vaidade interior e secreta por teres seguido as minhas pegadas.
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